Saímos no metro do Terreiro do Paço, cumprimentamos o Pátio da Galé e cortamos à esquerda. Chegamos à Praça do Município onde está instalado o pequeno Bryant Park lisboeta. Uma tenda branca cumprimenta-nos com o tema da Moda Lisboa deste ano: Freedom. São quatro dias de desfiles. Quatro dias em que uma mescla de estilos únicos se concentra num só espaço para aplaudir o que de bom se faz em Portugal.
Logo no primeiro dia, Luís Buchinho começou por trazer as ruas para a passerelle do Pátio da Galé. Uma colecção inspirada na calçada portuguesa que se traduziu em estampados em tons de azul, prata e preto.
Katty Xiomara não deixou morrer o azul inaugurado por Buchinho, e apresentou uma colecção que, segundo a própria, "tenta desvendar a alma do futuro". Muito prática, feminina e sempre muito ao estilo Xiomara.
Alma também em Miguel Vieira que, no terceiro dia de desfiles, deixou o Fado desfilar. A música, os pormenores clássicos, e ainda os detalhes contemporâneos, encorporaram na passerelle de Miguel Vieira o mais puro do português elegante.
Também muito ao estilo português mas, desta vez, numa época mais presente, à qual tão bem nos conseguimos associar, tivemos os revoltosos de Ricardo Dourado. Inspirado nos Rioters, o designer conseguiu transmitir um espírito revolucionário nas suas peças de grande volume, sem descorar os pequenos detalhes.
A moda não se faz à margem da sociedade. E a 38ª edição da Moda Lisboa foi um bem conseguido exemplo desta pura verdade. Portugal esteve bem presente nas passerelles seja na inspiração das nossas ruas, do nosso fado, ou na transfiguração do nosso revolto presente.
Por Andreia Pedro
Fotografia de Andreia Pedro e Cátia Matos
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